Descrição
Em Graci(liano): e o menino se fez homem…, Isvânia Marques mostra pelo escritor Graciliano Ramos o carinho e o respeito de alguém que conhece o espaço em que ele se criou.
Os ambientes alagoanos surgem emoldurados por um lugar de fala de quem movimenta-se com segurança por trilhas nordestinas. Alagoas, Pernambuco, o agreste, aparecem vistos por uma escritora filha da terra, conterrânea do famoso escritor de Vidas Secas.
Trazer a infância de Graciliano é sempre buscar um viés importante para quem deseja inteirar-se do universo graciliânico. Há nos textos secos e enxutos produzidos por ele, constantemente, a presença e o sentimento da criança que foi. Se escreveu um livro de memórias infantis, o apanhado fragmentado de Infância, não parou por aí. Frequentemente exibe em seus romances, e outros escritos, mesmo tratando-se muitas vezes de ficção, este recuo no tempo, as marcas da fazenda Pintadinho, do Buíque, Viçosa, Amaro Vaqueiro, José Baía, e tantas outras.
Assim, inteirar-se da infância do Velho Graci, traz também em seu bojo certa questão didática. Entender a personalidade do autor, o como chegou ao que é, um dos maiores de nossa terra, vem do tempo em que andava pela biblioteca do tabelião Jerônimo Barreto, e se iniciava no gosto pela literatura. O prazer pelas histórias, tão importante na formação do leitor, começou cedo, quando era ainda menino. Isvânia nos traz, com olhar carinhoso, este início.
Ricardo Ramos Filho
(Escritor e presidente da UBE – União Brasileira de Escritores/SP)
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