Revivendo o Tempo

Descrição

Sabe-se que não há progresso sem memória, tampouco Povo e Nação sem memória reverenciada. Destarte, Revivendo o Tempo levou-me também a Homero há que, quase três mil anos, na Odisseia, nos mostra a oposição entre esquecimento e memória: a comunidade dos lotófagos (comedores de lótus) e o canto aédico representado pelo aedo Demódoco, na corte dos Feáceos. Os primeiros só sabiam comer lótus e nada produziam, pois se esqueciam do passado, de nada se lembravam. Os companheiros de Ulisses/Odisseu esquecem a própria identidade e fazem do esquecimento um fator de coesão social, pois os lotófagos formavam uma sociedade sem distinção cultural, sem heróis, sem história: uma sociedade em que ninguém se preocupava em se fazer entender e se reconhecer na sua diferença. Ulisses se apressa em tirá-los desta ilha do oblívio. Por outro lado, o canto aédico, de inspiração divina, inspirado pelas filhas de Zeus e da Memória, Mnemosine, resgata os feitos heroicos e a memória do próprio Odisseu, na corte de Alcinoo, rei dos gentis Feáceos. É, pois, a busca da memória e, de certa forma, da identidade pessoal e coletiva, o que caracteriza a performance deste livro de Tobias Medeiros, que, não somente traz fatos à memória do leitor como também reverencia personalidades ilustres imersas no oblívio da coletividade.

Pouquíssimos conterrâneos sabem do percurso brilhante de Ladislau Netto, alagoano, Pai da Arqueologia Brasileira, da notável atuação no magistério público da Professora Maria José Carrascosa, da hombridade de um Osman Loureiro, ex-governador de Alagoas; da proficiência da Professora Noêmia que introduziu Tobias Medeiros no mundo da Literatura; do lirismo de Zé Monteiro, o Poético Palhaço do sertão alagoano; da excelência apostólica do primeiro Bispo das Alagoas et alii… (Rita Codá – prefaciadora)